quarta-feira, 21 de março de 2012

História de Vidas

História de Vidas

17º Episódio

Francelina aconselhava o seu filho sobre a escolha de uma namorada, mas o Mário dava sinal que já tinha feito a sua escolha; era a filha do seu patrão.

- À filhe cuidado com a escolha da namorada, tu nunca namoraste não sabes o que te pode vir pela frente!

- A mãe fala bem, e sei que não quer o meu mal, mas eu gosto muito da Lurdes, só que é filha do meu patrão, parece que ele não gosta nada da minha presença.

- Mas tu, vais agora vendo daqui para a frente, a atitude da rapariga; disseste que gostas dela, e já ‘tavas a falar de deixar o trabalho… Tens que pensar com a cabeça filhe!

- É isso, você tem razão tenho que mostrar que sou um empregado válido, eu vou fazer por isso, até estou a lembrar-me de uma coisa para mostrar ao patrão que posso no futuro ser-lhe útil!

- Assim é que eu gosto de te ouvir falar!… Olha, vê lá as horas!

A noite já ia longa. Pouco depois mãe e filho, resolveram ir para a cama.

No dia seguinte. Francelina dirigia-se à padaria para comprar o pão. Pelo caminho encontrou a Lurdes filha do patrão do Mário; depois da saudação a Lurdes perguntou à Francelina.

- Bom dia. A senhora é a mãe do rapaz, que está a trabalhar no estaleiro do meu pai?

- Sou sim.

- Como se chama ele?

- Ele chama-se Mário, tem o mesmo nome do meu marido já falecido.

- A senhora é viúva, por isso anda assim tão carregada com o preto!

- É tradição nossa. A gente sabe que não vai remediar nada com o preto, mas não t’anhe satisfação para andar com outra roupa; olhe, vou andar assim até morrer!

- A senhora é que sabe. Mas mudando agora de assunto, a senhora tem um filho muito engraçado, ontem o meu pai mandou-o levar lenha para o fogão a minha casa, e ele portou-se muito bem… Ele deve ser muito envergonhado!

- Não é, graças a Deus, ele não me tem dado muito trabalho, não tem é sorte na vida, já andou na pesca mas nem para comer ganhava. Eu gostava muito que ele aprendesse o ofício, para um dia ser um homem como deve ser!

- A senhora deve andar preocupada com ele, é filho tem esse direito. Olhe estamos a chegar à padaria, mas eu vou falar com o meu pai para ele olhar mais por ele. O meu pai parece ser uma pessoa agressiva mas é só trapaça, também tem bom coração!

Francelina, nem queria acreditar no que estava acontecer, e pensava para si:- Isto que eu ouvi agora, só pode ser um milagre… Eu nem vou dizer nada ao meu filhe que encontrei agora a rapariga; só vai saber mais tarde mas t’anhe que animar!

Fim do 17º Episódio

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