14º Episódio - História de Vidas
Mário ao acompanhar a filha do patrão, verificou que realmente ela era muito bonita.
Mas o Augusto não gostava de ouvir grandes elogios da sua Filha. O Mário que era seu novo empregado, começou a desconfiar do elogio.
- Ouviste o que eu te perguntei Mário? Eu não te admito que me venhas com essas conversas aqui no trabalho ouviste!… Compreendes o que quero dizer com isto!
- Tabém patrão… Mas eu não disse nada de mal, pelo contrário!
- Não digas mais disparates, faz o teu trabalho, foi para isso que vieste trabalhar, e não para apreciares mulheres… Ficas já avisado e que isso entre bem na tua cabeça!
- O ambiente estava a tornar-se um pouco pesado. Os colegas do Mário estavam admirados com as palavras do patrão; mas eles já sabiam da história. O Augusto ficou um pouco nervoso, a ferramenta muitas as vezes era mal tratada, por ele não satisfazer o desejo de maneira mais agressiva. O Empregado mais velho, já o conhecia bem, por isso desculpava-o desta agressividade para com o Mário; mas ia pensando para si: - O meu patrão é muito nervoso, e por causa deste mau feitio, com que eu saiba, Já perdeu alguns clientes. Eu só tenho medo é do futuro desta empresa, já trabalho neste estaleiro, há 35 anos, é quase uma vida inteira de uma pessoa!... E por causa desta conversa, já me enganei nesta tábua; se o meu patrão soubesse deste engano, eu já ia no baralho também, hoje não há quem o ature. Só tenho pena é da mulher dele, a senhora Amélia é uma pessoa com bom coração, o que ela tem aturado ao logo da vida com o homem, agora encontra-se muito doente… Coitada tenho pena da criatura!
Entretanto, o trabalho continuava na construção de uma traineira, já com o serviço avançado, mas ainda havia trabalho para cerca de 40 dias. O Mário, tinha acabado o seu serviço, finalmente os pregos estavam prontos para serem utilizados. O patrão ao ver o serviço do Mário completo, disse-lhe: - Agora vais tirar aqueles bocados de madeira mais seca, e com esta machada vais partir aos bocados para eu levar ao fim do dia para casa; até me podes ajudar a levá-la se for da tua vontade.
- Mário não ficou muito satisfeito. Um pouco amuado, lá ia disfarçando a sua má disposição. O patrão olhou para ele e disse - lhe:- Que é isso, parece que não gostaste da conversa!
- Não é nada patrão, até tenho todo o gosto de fazer o que me pediu!
O Mário interiormente ficou revoltado, mas ele estava muito magoado; lá ia pensando quando eu chegar a casa, a ‘nha Mãe tem que saber disto!
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