- Entretanto - A peixeira, muito assustada, gritava constantemente.
Rapidamente, os vizinhos abriram as portas e janelas, e ainda mal compostos, correram com cântaros cheios de água e bacias, para fazer atrasar o fogo na porta principal.
Pouco depois, chegavam os bombeiros. Mais tarde, cerca de uma hora, o incêndio estava completamente dominado. Mais tarde. A maioria dos barcos tinham saído para a pesca. O Alberto morava perto do armazém mas ele também já tinha saído para o mar. Eram seis horas da manhã, a mãe do Alberto, junto do armazém, procurava saber a causa do incêndio mas, por enquanto ninguém queria arriscar o culpado ou a causa. Uma vizinha aproximou-se da Ti’ Rosa e disse-lhe:
- Olhe Ti’ Rosa, ‘tive a falar com os bombeiros, e um deles disse-me, qu’o fogo deve ter sido provocado por algum cigarro mal apagado.
A verdade é qu’eu esta noite, da ‘nha janela vi sair daqui quatro homens mas, como ‘tava escuro, nã’ conheci ninguém. Noutros anos até costumavam ensaiar no armazém, ranchos e cegadas e já falta pouco p’ró Entrude.
A Ti’ Rosa, ao ouvir a vizinha falar em ensaio de uma cegada ficou intranquila.
- Oiça cá vezinha, você tem a certeza que viu quatro homens sair daqui?
- É verdade, vi muito bem, só nã’ conheci as pessoas!
A Ti’ Rosa, muito preocupada, ficou silenciosa e afastou-se do local do incidente. Já em casa, ela desabafou:
- Ai Senhor, valha-me Deus... querem ver qu’o mê’ filho ‘tá metido nesta desgraça!
A Ti’ Rosa ficou incomodada com a notícia do incêndio. Ela sabia que o seu filho, Alberto, com autorização do proprietário, o Senhor Lopes, servia-se do armazém para realizar os ensaios da cegada. Agora, restava esperar pela chegada do Alberto, ausente na faina da pesca, para saber do acontecido. O Lopes, depois de tomar conhecimento do incêndio ficou surpreendido com tudo isto.Por enquanto ninguém adiantava nenhuma pista. Então, Lopes decidiu contactar o arrendatário, no sentido de descobrir a origem do incêndio.Ao fim da tarde, o Alberto chegava à praia, regressando da pesca. A Ti’ Rosa já esperava o seu filho e a notícia do incêndio foi-lhe dada em primeira mão. O Alberto ficou admirado, não teve palavras para responder. Pouco depois disse:
- Oiça mãe, depois falamos. Agora tenho que levar o pê’xe p’á lota p’a nã’ perder a venda.
Mais tarde, no início da noite, o Alberto regressava a casa na companhia do seu pai. O João também tomou conhecimento do acidente do armazém. A preocupação na família incomodava o ambiente em casa. Entretanto, o pai do Alberto dirigiu-se a seu filho:
- Ouve cá Alberto, vocês fizeram ontem ensaio da cegada no armazém?
O Alberto, de consciência tranquila respondeu:
- É verdade, nós fizemos ensaio das nove às onze da noite, no sótão do armazém, mas ‘tava tudo em ordem quando saímos. Isso ‘tanhe eu a certeza.‘Tou a pensar, ir amanhã falar com o Senhor Lopes. Vou dizer-lhe que o nosse grupo nã’ tem culpa do incêndio.
No dia seguinte, o Lopes recebeu em sua casa o Alberto, depois de o escutar, adiantou:
- Eu acho muito estranho o incêndio e, segundo a informação dos bombeiros, começou na porta da entrada. Bom, agora não há nada a fazer, o prejuízo não é muito valioso.Olha Alberto, eu acredito na tua palavra, vai descansado à tua vida eu vou resolver isto. Um dia talvez se consiga saber a causa do incêndio, não há nada que não se saiba!
Agora tens que arranjar outro lugar para os teus ensaios, enquanto não se arranja a porta.
O Alberto, depois de sair da casa do Lopes procurou os seus companheiros e transmitiu-lhes a novidade.Mais tarde, o Alberto dirigiu-se à Câmara Municipal, para entregar a cegada para ser censurada. Para dias depois, receber a resposta da Câmara Municipal.
Fim do 3º Episódio
Sem comentários:
Enviar um comentário