Episódio Nº 47 – O Filho do Pescador
Maria – Ach’e muit’e bem até parecia mal, se tu quiseres podemos
ir já amanhã!
( Ao fim da
tarde, a lancha do Augusto encalhava na praia sem qualquer perigo.
Os seus
amigos, foram os primeiros ajudar a puxar a lancha para o seu lugar. Maria
estava agora mais descansada. Pouco depois, todos regressavam a casa mais
animados. No dia seguinte a Ana encontrou a Carolina no estendal )
Ana – Á carolina na’tanhas a mal d’eu fazer-te ‘ma pergunta… Ó’vi
dezer ca’tu’filha vai casar?
Carolina – É verdade, já acertaram as coisas na semana passada! À
Ana, é um rico rapaz ca’nha filha encontrou!
Ana - Mas ouve cá, mas de quem é ele filh’e!
Carolina – O moço é de fora, os pais dele são de Santarém, eles teem
‘ma grande quinta, devem ser riques!
Ana – E como conheceu ele, a tu’ filha!
Ana – E como conheceu ele, a tu’ filha!
Carolina – Sabes que’u fornece o peixe à Pensão Leonardo, e ele
trabalha lá, é empregado de mesa, como a nha filha costuma ir lá levar as
encomendas, conheceram – se lá. À Ana, os dois dão-se muite bem, é ‘ma ‘mizade
cega!
Ai ‘na veje este dia… A ‘nha filha tem andade muite satis’fêta!
Ana – Deus queira corra tude bem, e t’anha sorte com esse rapaz, o
casamente é uma carta fechada!
Carolina – Há-de ter na Graça de Deus!... Olha vou andande p’ra
casa já na’ vanhe hoje ó estendarte; eu até tanhe mede entrar em casa miga, com
tude remexide, a nha filha agora já nem arruma nada, só com o pensamente na
casamente… Até logue!
Ana – Até logue. ( à parte)
Pode ser que sim mas na’dou nada por este casamente… Não era eu que deixava
casar ‘ma filha, sem conhecer muite bem a fami’la do rapaz!... Os pais têm uma
quinta !… Se ca´lhar é um quintal… ‘Tou achar muita fartura d’um dia pó’outro…
Dêxa-me apanhar o mê pêxe, que ganhe mais com isse!
(Entretanto
O Manuel e a Rosa, foram procurar a dona da casa que estava disponível para
alugar. Ao chegar ao local verificaram que era na mesma rua que morava a
Carolina. O Manuel bateu à porta da proprietária.
Por
coincidência a Carolina espiou a presença dos jovens à porta da D, Anastácia)
Carolina – ÀH! O Manuel ‘tá a bater à porta da D. Anastácia, deve
ser por co’sa da casa… Já vou avisar a ‘nha filha… Ainda um dia destes eu ‘tive
a falar daquele 1º Andar! Já agora na’vou daqui sem ver o desfeche diste!
Fim do 47º Episódio
J. Balau.
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