23º Episódio – O Filho do
pescador
Manuel – Vou sim senhora.
Olhe, um dia mais tarde que eu possa, quero comprar uma lembrança para dar ao
seu amigo.
(Assim aconteceu. O Manuel iniciou o seu primeiro
trabalho. Cada dia que passava, mais se entusiasmava pelo que fazia. O chefe da
secretaria estava satisfeito com o aprendiz Manuel. Um ano depois, já tinha
outro serviço de mais responsabilidade, Certo dia ao chegar a casa disse.)
Manuel – Oiça pai, agora que
estamos todos, vou dar-vos uma boa notícia!
Augusto – Se é boa, ela que
v’anha filhe!
Manuel – Vocês nem vão
acreditar… O meu chefe, disse-me que vou começar a fazer outro serviço de maior
responsabilidade.
Maria – Queres tu dizer com
isse, que vais subir de posto!
Manuel – É mais ou menos
isso, o chefe é boa pessoa; noutro dia disse-me assim: eu estou admirado como
escreves tão rápido à máquina!
Acreditem que estou a falar
verdade. E já agora calha em conversa, vocês sabem quem esteve ontem a pagar o
peixe na lota!
Augusto – Sei lá, passa lá
tanta gente!
Manuel – Foi a mãe da Rosa…
Assim que pôs os olhos em mim, fez cá uma cara, olhe parecia que me queria
comer!
Maria - À mano na’ligues a
essas provocações, tu agora t’ans que ter juízo, faz de conta que não aconteceu
nada ‘tás óvir!
Manuel – Eu sei o que faço
mana, tenho aprendido no trabalho muita coisa, e ali não se brinca trabalha-se!
Maria – Ouve cá, diz a
verdade à mana, tu e a Rosa têm se encontrade?
Manuel – Falar com ela não,
mas o irmão dela tem levado umas cartas para a irmã, eu gosto muito da rapariga
mana. Olha até vou dizer-te um segredo. Eu pedi namoro à Rosa, e ela mandou-me
dizer que aceitava.
Augusto – Ouve cá Manel, e o
irmão dela é pessoa de confiança?
Manuel – À pai até hoje nunca
houve nenhum problema… o rapaz também não gosta muito do feitio da mãe dele!
Maria – Ouve cá Manel tu ‘tás
quase a fazer dezassete anos, e t’ans um bom futuro na’vás estragar a tua vida;
tem juízo!
Manuel – Mana, não te
preocupes eu sei cuidar de mim.
(Entretanto numa manhã de Setembro, a Maria perto da
lota, encontrou a mãe da Rosa, a (Ana)
Maria – Bom dia Ti’Rosa.
Ana – (com mau modo) Bom dia.
Maria – Aconteceu olguma
coisa Ti’Ana, parece que’tá chatiada comigo!
Ana – Não, é a desgraçada
desta vida, uns têm sorte do mundo e outros na’passam da cepa torta!
Maria – Mas oiça cá, isse é
olguma piada p’ra mim!
Fim do 23º Episódio
J. Balau.
Sem comentários:
Enviar um comentário