sábado, 31 de outubro de 2015

18º Episódio - O Filho do Pescador

18º Episódio

Maria – Com certeza mano, ‘tava  mesme agora a pensar nisse!
(Entretanto a Maria foi procurar alguém para comprar o peixe. Pelo caminho, encontrou o senhor Adelino comerciante de peixe.
Maria não perdeu a oportunidade para lhe oferecer os robalos, onde ele a acompanhou até a sua casa. Pouco depois o negócio  estava concluído ficando as duas partes satisfeitas)
Maria – Graças a Deus, que o senhor Adelino comprou os robalos, agora já podemes pagar á mercearia e ao padeire; e quando comprar os livres ao meu irmão, ele vai ficar muito contente, iste até parece mentira!... Eu gostava ca’nha mãezinha fosse viva, pa’ver a alegria qu’entrou em nossa casa…
 À qu’rida mãe que me fazes tanta falta… Deus queira que t’anhas um lugar no céu!
(Passaram três anos, o Manuel completava a 4ª classe, sendo considerado o melhor aluno da sua turma, e por essa razão o seu professor deu-lhes os parabéns. O jovem ficou muito contente, agradecendo ao mesmo tempo, o apoio que a escola lhe tinha oferecido. O Augusto seu pai, estava na pesca e a sua irmã tinha - se deslocado ao rio, para lavar a roupa. Quando o Manuel chegou a casa não encontrou ninguém para receber a agradável notícia.
Pouco depois, a Maria chegava a casa. Manuel esperava com ansiedade os seus familiares)
Manuel – Ai mana até enfim que chegaste, quero dar-te uma boa notícia, passei no exame, já estou safe da escola!
Maria – Na me digas… ‘tou tão contente, o pai deve ‘tar a chegar do mar!
Manuel – Olha, eu vou lá baixe ver se ele já encalhou!
(Maria dirigiu-se à gamela para arrumar a roupa, a sua alegria pela bôa notícia, transbordava no seu rosto e não deixou de cantarolar uma cantiga popular. O Manuel tinha chegado à beira-mar)
Manuel – Olha, o meu pai já encalhou, vou já ao encontro dele. Paiiiii, estou aqui…Ele na´me ouve! áh!já me viu.
Augusto- Espera aí filhe, ‘tou a tirar as coisas do barco, vou já aí!
Manuel – O meu pai parece muito contente, deve trazer uma boa pesca!
Augusto – Prontes, atão filhe como correram as coisas da escola… Espera na’digas nada, pa tu’ cara foste o melhor da escola, diz lá a verdade!
(Manuel tenta enganar o seu pai)- Olhe, desta vez enganou-se fiquei mal!
Augusto – (inconformado) O quê… ficaste mal tu na’me digas isse…’atão tu foste sempre o melhor, eu vou falar co’professor!
Manuel – Calma pai, vossemecê não vai a lado nenhum… Eeeeeeeu, fui o melhor aluno no exame!
Augusto – À sacaninha… pregaste-me agora um suste, isse na’se faz ó pai… dá cá um grande beije! Ouve cá, a mana já sabe da novidade?
Manuel – Sim pai, já falei com ela.
Augusto – Olha, a nossa companha vai lançar a rede no lance já marcado é no seprum, antes do sol se pôr vamos puchá – la, ela que na’falte pode perder olguma coisa.

Fim do 18º Episódio

J.Balau.

Sem comentários:

Enviar um comentário