Nazaré 1940.
Nesta época vivia um pescador de estatura média, 55 anos de idade, chamado João,
« vulgo Traquinas», nome pelo qual era mais conhecido na vila.
Empresário há cerca de uma década, vivia da pesca artesanal.
A sua esposa, Maria, peixeira de profissão, ajudava o seu marido, tal como os filhos,
Joana, 18 anos e o Joaquim com 22 respetivamente, ambos solteiros.
Numa bela tarde de Julho, o João dirigiu-se para sua casa, quando ficou surpreendido,
ao ver a sua filha a conversar com o jovem Miguel, pescador artesanal.
A Joana, ao avistar o seu pai, fez imediatamente sinal ao rapaz para se afastar do local.
Pouco depois, o João aproximou-se de sua filha, dizendo-lhe, em tom agressivo: - Joana vai já p’ra casa!
- Pouco depois a jovem Joana, entrava em casa preocupada, recolhendo-se no seu quarto,
O João chegava a casa depois de se sentar no seu lugar Habitual, chamou a filha por intermédio da sua esposa.
Pouco depois, Joana enfrentava o seu pai, apresentando um ar de insatisfação.
-Ouve cá Joana , o que quer dizer o encontro ali na esquina da nossa rua, com o filho do Artur Cara Larga?
- A Joana baixou a cabeça, e desse modo ia respondendo ao seu pai.
- À mê’pai, na pense que eu tava a namorar… A gente encontramos por acaso e ‘távamos a falar da crise
que vai na nossa vida.
- Eu já sei Joana‘cas coisas acontecem sempre por acaso e depois mais tarde… Sabes o que me vêm dizer Joana!…
Ouve cá João, tu já sabias que a tua filha já namora?! Eu não nasci ontem filha, e não penses que eu quero ver-te sempre solteira
não… Eu quero que cases e que sejas feliz,mas a escolha do teu futuro marido tens que ser bem pensado… O casamento é uma carta fechada.
Bem, eu sei que posso ‘tar aqui a falar para o boneco , mas uma coisa tens que levar em conta… O pai tem saber tabém da tua vida; vamos acertar aqui umas coisas… Ficas já a saber que eu não goste de ser contrariado: - A primeira, para namorares tens que ter o meu consentimento,.A segunda, essas sais que tens usado tens que aumentar na altura 3 dedos, ou seja por baixo dos joelhos, e a terceira, não te quero a namorar na rua, ‘tás óvir Joana!
- A Joana, sem dizer palavra, fazia um gesto com a cabeça, como concordando com a decisão do seu pai.
O João Traquinas não era para brincadeiras, ele lá tinha a sua maneira de educar os seus filhos; talvez uma herança de seu pai.
Fim do 1º Episódio.
J.Balau.
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