segunda-feira, 21 de novembro de 2011

4º Episódio

4º Episódio

(Entretanto o mestre João seguia na companhia do Ti’Tonho, para verificar a rede, que alguém tinha roubado o chumbo)

- ( revoltado) Mas quem me fez iste à ‘nha rede!… Ouve cá Tonho, tu na conheceste o rapaz, que viste saír daqui perto da cabana?

- Eu não Ti’João. Mas tabém lhe digue, na’tanhe a certeza se foi ele!

Sabe ma’coisa, eu tava a lembrar-me, de ir falar com o homem do ferro velho, e perguntar a ele, se foi alguém vender chumbo a casa dele... Quem veio aqui, fazer ‘ma coisa destas, precisa de d’enher; com a crise que ‘taí, alguém se lembrou de fazer iste!

- Pouco depois, o João e o Ti’Tonho lá foram falar com o negociante de sucata. O João perguntou.)

- Bom dia senhor. A gente vinha qui falar consigo, para saber se alguém veio à su’casa vender algum chumbo.

- Mas vocês foram roubados?

- Exactamente, acertou em chê!

- Mas vem sempre gente, aqui vender todos dias objectos!

- Mas eu, só queria saber se o senhor comprou chumbo a alguém!

- Por acaso até comprei, uns bocados de chumbo a uma mulher!

- A uma melher! E você na se importava de mostrar esse chumbo que’la trouxe!

- Não me importo nada ela até levou logo o dinheiro.

- O Ti’Tonho ficou admirado de uma mulher vir vender o chumbo –

- Está a ver…O chumbo é este é só bocados!

- Ai… Mas quem foi essa ladra, que me roubou o chumbo da rede… ‘Tás a ver Tonho, este chumbo é meu… Você na conhece a melher que veio vender?

- Pa lhe dizer a verdade não a conheço!

( João ficou intrigado com a resposta do sucateiro)

- E agora Tonho… Como vames descobrir a ladra!

- À Ti’João cá p’ra mim isto na’foi obra de melher… Eu continuo na minha, só um homem é que podia tirar o chumbo da rede!

- João e Ti’Tonho agradeceram a informação do sucateiro e saíram pensativos –

- Olha Tonho, o melhor é a gente tratar da rede, ainda tanhe em casa chumbo, que deve chegar para o estrago que me fizeram.

- À Ti’João tenhe fé, que a gente há-de descobrir o ladrão!

- Uma semana depois, o mar amansava a sua fúria e toda a frota de pesca, se fazia ao mar. OTi’Tonho, ao transportar parte da arte de pesca para a embarcação, avistou o mesmo rapaz junto a uma companha, que se fazia ao mar. Ti’Tonho disse para si:-

Olá… Foi aquele melro que eu vi no dia do roubo!... Ele anda na rede do Anastácio. Ora deixa ‘tar, que d’oje em diante, na vou tirar os olhes de riba de ti!.

Fim do 4º Episódio

J. B.

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