sexta-feira, 29 de julho de 2011

História do Sacristão –11º- Episódio

 

A Pastor (15)

O barco entrou no mar com alguns voluntários, entre eles o sacristão para tentar salvar o náufragos em perigo de vida. Os pescadores, não queriam que o sacristão fizesse parte da tripulação, também eles arriscavam a sua vida. O sacristão acabou por animar a companha. 

– Eu já tenho ido ao mar, não tenho medo; vamos na  Graça de Deus salvar os homens!

Momentos depois, o barco chegava junto de alguns pescadores com alguma dificuldade. Sete vidas continuavam em perigo, as quais três jovens tentaram chegar a terra, enquanto quatro, ainda lutavam contra a fúria do mar. O barco que tentava socorrer os pescadores, por vezes tinha que fugir das ondas, afastando-se dos náufragos, mas um momento mais calmo das ondas, foi possível salvar três homens, mas ainda faltava um pescador. O sacristão, com mais coragem agarrou-se à proa da embarcação, e olhou em redor a fim de localizar o último náufrago.

Seguidamente no levantar de uma onda o sacristão deu alarme: – Já vi o homem, ali a sudoeste, lá está ele a nadar para fora… Remem remem rapazes, nesta direção.

Pouco depois o homem estava salvo, um pouco desfalecido, era o mestre Vitorino. Depois de o reanimarem, o barco regressou a terra com algum cuidado.

No areal, uma grande parte da população, esperava ansiosa pelo regresso dos náufragos. Todos correram para saber novidades. Alguns pescadores, com água pela cintura, eram os primeiros a segurar o cabo vindo da embarcação, e através dele puxaram o barco para fora da maré.

Os familiares e amigos quase se atropelavam para chegar rapidamente junto dos sobreviventes. Alguns populares despiam parte do seu vestuário para agasalhar os pescadores mais resfriados. A autoridade Marítima também estava presente, conversando com o Sabino, o arrais da operação do salvamento.

- « O senhor Sabino quando puder deve dirigir-se à Capitania para informar o Comandante, como se deu o naufrágio,  convinha ir hoje.

Ao fim da tarde o Francisco (sacristão) acabava de preparar a última refeição, quando alguém batia à porta. Foi abrir.  a sua frente estava um elemento  da autoridade marítima.

- Olá. O senhor cabo-mar por aqui! Faça favor de entrar, vem mesmo na hora certa, estava acabar a última refeição. Afinal em que posso ser útil?

- A autoridade explicou a razão da sua visita -

- O senhor chama-se Francisco José, mais conhecido pelo sacristão, morador na Pederneira, é verdade!

- É isso , está certo. Mas há algum problema?

- Em primeiro lugar queria pedir-lhe desculpa por este incómodo. Trago aqui um aviso da Capitania da Nazaré, para o senhor se apresentar amanhã pelas onze horas na nossa Delegação.

- Francisco ficou um pouco apreensivo – Mas porquê a minha presença na Capitania senhor Cabo-Mar?.

Fim do11º Episódio – J. B.

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